O último vislumbre...

A soltar amarras...

Modo Férias

Facebook addicted

   De férias também dessa praga chamada de facebook! Vicio estúpido e desnecessário que nos consome horas de vida! De férias porque, a verdade é que, não precisamos sempre, a qualquer hora e a qualquer instante, estar contactáveis, observáveis, visíveis! Ninguém tem paciência para saber tudo de nós, o que comemos, o que vivemos, como vivemos, quando estamos bem e quando estamos deprimidos, o que pensamos sobre o assunto a, b, x ou z! E quando começamos a invadir a privacidade do outro mais do que é consentido e desejado é sinal de parar e mudar! Dar descanso aos dedos e aos neurónios, ver as cores, o sol, as estrelas, a lua olhando simplesmente para cima! Esquecer aquela ânsia doentia de querermos, termos que mostrar aos outros o que vivenciamos, com o que nos emocionamos! O que os outros vêm, o que os outros sentem é um valor aproximado, uma medida imperfeita das nossas próprias emoções! É sempre uma sensação mais ou menos, é a emoção vista por um intermediário que somos nós!

Casa da Lousã - take dois

   Últimos olhares sobre a minha casa! A precisar urgentemente de alguém que trate bem dela! Tanto trabalho que tive naquele jardim, tanta relva semeada e grama plantada! Os pinheirinhos estão enormes, as poucas flores morreram, a hera que plantei nas traseiras já cobriu a parede de betão e precisa de ser aparada! A selva tomou conta da casa! No interior, as aranhas estão no paraíso! O silêncio é total! Vou ter saudades dessa paz!

Fogo nas Ventas

Hoje iniciei o meu dia de uma forma nada rotineira: ao som de gritos e de chapa a bater violentamente; Levantei-me estremunhada e e eis o que presenciei: um carro desportivo vermelho investia contra um mercedes estacionado a 20 metros da minha casa, uma e outra vez, avançava na estrada e recuava violentamente indo embater contra o segundo carro. Só se ouvia chapa e um homem aos gritos " ai que me estraga o carro todo " e " vou chamar a polícia". Nisto, o individuo do carro vermelho sai e eis senão quando reconheço uma velha amiga minha, minha comadre (sou madrinha do filho mais velho dela), que, pequenina, de grandes saltos altos, compridos cabelos negros,  imperturbável e de rosto impenetrável avança na direcção do lado direito do mercedes, abre a porta do pendura e repetidas vezes bate a porta contra o muro com uma violência extrema. O homem, um bisonte em tamanho e em inteligência, muito aparentado com aqueles gorilões que fazem a segurança nas discotecas parecia uma menina, balbuciava queixinhas enquanto arrepelava a careca; vendo que a porta do carro não iria aguentar muito mais entra dentro do carro e arranca apressadamente. A minha amiga prontamente se dirige para o seu carro, nunca correndo, nunca demasiado apressada mas focada, determinada e com uma frieza que chegava a ser assustadora,  parte no encalço do mastodonte medricas. Os vizinhos que entretanto acorreram à rua, entreolham-se estupefactos. A minha amiga regressa pouco tempo depois, provavelmente tendo garantido que o episódio fora bem entendido por parte do gorila e que este não fazia tenções de regressar. Estaciona o carro e entra em casa! Mais desenvolvimentos do caso não sei, o bisonte ainda não apareceu, dizem os vizinhos! Quero ver se, antes de me ir embora, vou ter com a minha velha amiga para lhe dar os Parabéns: havia um bom par de anos que ela já pedia ao outro que a deixasse em paz, que lhe estava a destruir a família e a desunir os filhos e a sua própria mãe, sempre uma recusa da parte deste porque, egoísticamente não tinha para onde ir, aquela ave rara, com 100 kilos de estupidez! Para ela ter chegado a este comportamento já devia estar nos limites há muito, quem sou eu para a condenar; há situações em que uma mulher tem que fazer o que tem que fazer e ver aquela mulher, pequenina, com fogo nas ventas e uma coragem de leão, sem nunca perder as estribeiras no meio da violência que provocou e a pregar o cagaço da vida do mariquinhas deixou-me com um sorriso enorme! Quero lá saber que seja condenável! 

Lisboa